segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Fim de ano

Se isso fosse aquilo e aquele outro do lado da rua e esses pensamentos vagos não fossem confusos e assustadoramente próximos da minha capacidade inata de deixar tudo escuro... Vejamos o que as epífitas pensam sobre isso, sobre estar aqui aproveitando coisas que não são minhas de fato. Pisando nos ovos de uma ave tão bela e distante, somos todos possuidores de talentos incríveis e agressivos aos olhos dos outros. Somos fantásticos e brilhantes e tão inequivocamente geniais, mas sentimos ódio e nos estragamos. Sou depressiva e me destruo, sou bipolar e te dilacero. Sou rancorosa e me escondo, sou escudo.

Eis que as belas meninas hão de me levar daqui e trazer alívio a estas costas cansadas, e um dia os deuses da casa das máquinas vão se vangloriar de toda a tragicômica novela que montaram em nossas casas tão bonitas. Nosso lar desfeito, nosso jardim pisoteado, essa fotografia pegando fogo no meu peito... Eu montei um Lego de noites próximas e quentes, um castelo de boas intenções e então eis que chegou a primavera e levou embora o meu Ano Novo.

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