domingo, 16 de agosto de 2009

"Toujours"

Sexta-feira, quando me deparei com aquelas plumas ou pétalas de cabeça para baixo na minha frente, e fiquei com dor no pescoço por causa dos malabarismos do artista, fui seduzida pela ponta do dedo em uma madeira... "Toujours" me comovia e eu pensava em "todo" e em "dia" e estava embriagada pela fantasia do momento em que a tinta estava vermelha na superfície de uma derme quente e úmida antes de chegar na cortiça rachada... O "dia" estava me chamando e "sempre" eu ia sem resistência rumo ao pleno engodo, até que ele chega, quase imperceptível e ao lado da minha tête andarilha diz musicalmente "Sempre!" e naquele momento puxa com gentileza o freio de mão da minha viagem elétrica e sai calmamente do lugar aonde me deixou cair no chão da sala dos quadros surrealistas. Isolada e silenciosamente fico satisfeita por lembrar dos momentos quando a ponta de um dedo é muita mais sábia do que as pontas dos nossos axônios...

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