sexta-feira, 10 de outubro de 2008


Por que estar aqui sozinha te faz tão nobre, minha amiga? Qual é o preço que se paga por uma semana? Apesar de eu estar 1000 vezes avantajada em relação ao teu tamanho, não posso fazer nada além de te observar ir e relevar que um dia isso também irá acontecer comigo.



Um dia minhas asas não irão mais abrir, meu caro, não vou mais poder voar. Um dia alguém não vai dar a mínima para minhas escamas e vai me prender em meio a alfinetes frios e indiferentes à minha liberdade tão peculiar. Enquanto isso eu aproveito a vista, dou uma sondada por aí e vou lambendo as coisas que me parecem doces...

Com certeza minhas pálpebras carregadas de preto abaxial vão melhorar o que se comenta, mas a verdade não se esconde de ninguém. Só quero estar perdida e ser esquecida no meio deste púrpura de Phlox e vou me sentir satisfeita por ter feito o melhor.




Quando está tudo caótico assim, só existe uma alternativa: pular e se livrar do desespero.




2 comentários:

Henrique V disse...

Meus alfinetes jamais ousariam te machucar assim, minha sutil voadora.

Eu disse que um dia isso iria me acontecer.


Borboleta.

Henrique V disse...

Com certeza fundido está. E sem dúvidas misterioso.